Companhia gaúcha que realiza um teatro de pesquisa dramatúrgica, musical e plástica. Centra seu estudo na relação ator-espectador e no processo de criação coletiva, com espetáculos de sala e de rua. Define o ator como atuador, fusão de artista com ativista político, cuja atuação não deve ficar restrita ao palco e sim comprometida com a realidade. Na pesquisa cênica, o grupo experimenta recursos teatrais com base no trabalho autoral do ator e na cena ritualística, com influência de Antonin Artaud, Fernando Arrabal, Jerzy Grotowski e Bertolt Brecht. O núcleo básico surge com Paulo Flores, Júlio Zanotta, Rafael Baião, Jussemar Weiss e Silvia Veluza, entre outros. Inaugura o primeiro espaço cênico em março de 1978, com dois textos de Zanotta. Teon é o primeiro espetáculo levado para as ruas pelo grupo, em 1985. A peça, cujo título significa morte em tupi-guarani, aborda o extermínio dos índios pelos brancos num ritual de dança, canto e pantomima. Desde o início de sua trajetória, o grupo compartilha suas experiências estéticas por meio de oficinas populares de teatro. Elas são desenvolvidas nos bairros a fim de fomentar a formação de grupos culturais autônomos, utilizando jogos cênicos como instrumento de indagação e conhecimento do mundo. A proposta pedagógica cria, em 2000, a Escola de Teatro Popular, gratuita. As disciplinas práticas e teóricas visam à formação do ator, com aulas diárias e duração de um ano e meio. Homenageado pelo 15º Porto Alegre em Cena, o grupo estreia, em 2008, o espetáculo de rua O Amargo Santo da Purificação, uma visão alegórica e barroca da vida, paixão e morte do revolucionário Carlos Marighella.
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