Um diversificado panorama de artistas compõe a seleção da CAL DIGITAL, que chega ao leitor renovada também sob o ponto de vista gráfico. Uma nova estampa para uma revista que aponta tendências da cena contemporânea, discute concepções artísticas e destaca trabalhos representativos.

Nesta edição, repleta de nomes de peso, Marília Pêra figura como destaque. A atriz, que completou 65 anos no início de 2008, tem sua trajetória na televisão, coroada por muitas personagens marcantes, relembrada por Hermes Frederico. Entre os últimos trabalhos de Marília, agora no cinema, está “Polaróides urbanas”, primeiro filme dirigido pelo workaholic Miguel Falabella a partir de uma peça de sua autoria, “Como encher um biquíni selvagem”, monólogo de grande sucesso com Claudia Jimenez. Falabella marca presença na revista, falando sobre seus vários projetos – entre eles, a superprodução “Os produtores”, transposição do espetáculo original da Broadway, os planos de filmar “Veneza” e “Império” e de remontar “Emily”, com Natália do Vale.

Claudia Jimenez, por sua vez, integrante do primeiro time de atrizes brasileiras, foi convidada para conversar com os alunos da CAL na aula inaugural do semestre, em encontro em que destacou a guinada em sua carreira, com a recente montagem de “No Natal a gente vem te buscar”, de Naum Alves de Souza. Entre muitas revelações, a atriz falou sobre o início de sua carreira, marcada pela prática do teatro infantil. Campo que a revista não esqueceu, a julgar pela entrevista com Lucia Coelho, diretora do grupo Navegando, criado há mais de 30 anos no Colégio Bennett. Responsável pela coordenação do Núcleo de Teatro e TV para Adolescentes e Crianças da CAL, Alice Reis está apresentando os pequenos à dramaturgia. Vários textos foram escolhidos: “O Inspetor Geral”, “A Geração Trianon”, “Tribobó City”, “O gato de botas” e “Claustrofobia”, este último, resultado de uma criação coletiva.

Um importante diretor e um destacado dramaturgo também foram lembrados. Gabriel Villela, responsável por louvada parceria com o Grupo Galpão, mostrou ao espectador carioca “Salmo 91”, o menos barroco de seus espetáculos, reconstituição intimista do massacre do Carandiru assinada por Dib Carneiro Neto. E Newton Moreno é um dos nomes mais relevantes da dramaturgia contemporânea, a julgar pelos resultados alcançados com “Agreste”, “VemVai – O caminho dos mortos” e “As centenárias”.

Mesmo que a CAL Digital não seja uma revista centrada unicamente na programação da escola, não se pode esquecer das transformações pelas quais o curso vem passando ao longo dos anos. Até porque elas estão ligadas a uma reflexão sobre o fazer teatral. Por isto, a revista ganhou um artigo relativo ao modo como a escola se estrutura nos dias de hoje, bastante voltada para o confronto dos alunos com a prática profissional. Tudo convergindo para um único fim: jogar luzes sobre a arte do ator, profissão cujo fascínio, difícil de descrever (tarefa, porém, assumida pelo ator Tonico Pereira, convidado especial desta edição), leva tantos jovens a abraçá-la.