O Museu de Arte Moderna paulista recebeu neste primeiro semestre uma retrospectiva do não muito lembrado Flávio de Carvalho (1899-1973), uma referência indiscutível para a produção brasileira das últimas décadas. Nome singular do modernismo nacional, Flávio era um artista difícil de aplicar rótulos. Ao longo de cinco décadas, ele foi arquiteto, pintor, desenhista, performer e defensor do surrealismo e do expressionismo. Sua produção transgressora ainda passou pelo teatro, onde ele montou espetáculos como O Bailado do Deus Morto, em 1933, em um movimento que chamou de Teatro da Experiência. Proibido pela polícia na época, O Bailado... foi remontado por José Possi Neto nos anos 90. Para quem perdeu a exposição, uma dica é conferir o acervo do MAC (Museu de Arte Contemporânea, da USP), dono da Série Trágica, um famoso conjunto de desenhos a carvão em que o artista retrata sua mãe no leito de morte.
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