COLABORADORES: SÉRGIO BRITTO RELEMBRA NELSON RODRIGUES
Nelson, o maior.

Nelson Rodrigues, em certo momento de sua carreira,
foi endeusado. Tudo o que ele fazia era, no mínimo, excepcional.
SABATO MAGALDI o examinava com rigor, mas com entusiasmo;
já Pompeu de Souza era um adorador de Nelson Rodrigues,
brigava por ele.

Nesse mesmo tempo, havia uma parte da crítica que perseguia Nelson, achava-o repetitivo, obsessivo, um colecionador de frases.

Entre esses dois extremos e essas duas facções existe o verdadeiro Nelson, o maior autor de teatro deste país: "Vestido de noiva", "A mulher sem pecado", "Toda nudez será castigada", "Boca de ouro", "A falecida" e "Beijo no asfalto" são peças que falam da grandeza dramática de Nelson. Fora a delícia das histórias de "A vida como ela é" e até de alguns romances, entre eles, "Engraçadinha" e "O Casamento".

Mas mesmo nas peças menos boas, ou até mesmo nas ruins, Nelson reaparece aqui e ali com uma invenção inesperada, um achado dramático, uma frase que nunca mais será esquecida.

Nelson, saudade aqui do intérprete, amigo e admirador,

Sergio Britto

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